domingo, 17 de novembro de 2013

The Voice Brasil

Na última quinta-feira (14/11/2013), ao final  do programa exibido na rede Globo - The Voice Brasil -, no musical apresentado por Daniel e Carlinhos Brown, temos a musica Amor I Love You interpretado por ambos e maravilhosa, quando ao final da canção aparece o apresentador Tiago Leifert declamando o trecho de Eça de Queirós - O Primo Basílio, vale a pena conferir.
Vejam a seguir:




quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Primo Basílio - O Filme

Lançado no ano de 2007, sob a direção de Daniel Filho, a obra foi adaptada para exibição nos cinemas brasileiro, levando em conta a  de Eça de Queirós. Ambientado na cidade de São Paulo, é considerada, apesar de suas adaptações uma das obras emocionantes do cinema brasileiro.

Deixamos disponível o filme para que possam apreciar esta obra maravilhosa.





O Primo Basílio - Resumo


Este romance é uma sátira moralizadora dos costumes da burguesia média de Lisboa.
Passado em Lisboa, nesta obra conta-se a história de um casal – Luisa e Jorge – que vive pacatamente. A ação começa quando Jorge tem que viajar para o Alentejo por motivos profissionais. Durante a ausência do marido, Luisa é inesperadamente surpreendida pela visita de Basílio, seu primo e amigo de infância com quem havia trocado algumas cartas de cariz romântico. Seduzida por este, Luisa acaba por cair em adultério.
Mas, Luisa tinha uma criada, Juliana, que, rancorosa e mesquinha, ao descobrir o segredo dos dois amantes através de uma carta destes, faz chantagem, obrigando a ama a servi-la como se fosse ela a dona da casa, e exigindo pelo seu silêncio uma quantia exorbitante. A pobre senhora sujeitou-se a todas as humilhações, mas não tinha tanto dinheiro. Pediu-o a Basílio, mas este, já entediado das relações com Luisa e também sem dinheiro, regressa apressadamente para França.
Com a chegada do marido, a situação complicou-se ainda mais. Luisa começa a ficar doente, abatida e sem apetite, facto que preocupa e indigna Jorge.
Luisa, já desesperada, numa tentativa de solucionar o problema, conta tudo a Sebastião, um amigo de Jorge que, com a ajuda de um polícia seu conhecido, consegue tirar a carta das mãos da criada. Esta, assustada pela inesperada interpelação, sofre um ataque cardíaco e morre. O sucedido enche de alegria Luisa, que julga ver acabados os seus tormentos.
Mas o destino não quis que assim fosse. Basílio tinha recebido em França uma carta de Luisa a pedir-lhe dinheiro, mais uma vez, à qual decide responder muito tempo depois de a  ter recebido. Nela promete enviar a quantia necessária para calar a criada. Todavia, esta carta acaba por ser lida por Jorge que, naturalmente, exige explicações à esposa.
Vendo-se desmascarada, Luisa adoece e não resiste à morte.
Após a sua morte, Jorge abandona a casa onde haviam vivido.
Algum tempo depois, Basílio volta a Lisboa e procura a prima. Ao ver a casa fechada, é informado que esta falecera. Basílio responde com uma indiferença impiedosa à notícia.
Personagens
Em O Primo Basílio, onde as personagens têm mais independência, autenticidade e mais verdade psicológica do que em qualquer dos outros romances, a sua galeria de tipos divide-se entre os que estimamos, os que detestamos, os que são grotescos e os que inspiram perdão e piedade:
Luisa
De seu nome completo Luisa Mendonça de Brito Carvalho, era loura, perfil bonito, com uma pele branca e uma cabeça pequenina. Enquanto solteira vivia na baixa lisboeta onde namorava o seu primo, Basílio. Casa-se com Jorge pois Basílio emigrara para o Brasil e Luisa esquecera-o. Jorge proporciona-lhe uma existência tranquila e aparentemente feliz. Lia muitos romances para passar o tempo. Quando o marido vai para o Alentejo, em trabalho, por altura do retorno de Basílio a Lisboa, Luisa não resiste a este conquistador nato e envolve-se com ele. Quando Jorge descobre a sua traição (já Basílio tinha partido para Paris) Luisa adoece e, apesar de Jorge a perdoar, morre. Luisa é, assim, uma burguesa sentimental, desocupada e fútil, vítima das suas leituras, da ociosidade e da baixeza moral do primo.
Basílio
Basílio Brito é primo de Luisa. Emigrara cedo para o Brasil por falência da firma em que trabalhava. Depois, foi morar para Paris. "Alto, delgado, um ar fidalgo, pequeno bigode preto levantado, o olhar atrevido e um gesto de meter as mãos nos bolsos fazendo tilintar o dinheiro e as chaves". Namorou com Luisa enquanto jovem. É perverso e cínico. Quando o seu romance com a prima começa a ser descoberto, regressa a Paris para fugir a complicações. Um dia, ao voltar a Lisboa encontra a casa de Luisa desabitada e sabe que ela morrera, afirma: "que ferro! Podia Ter trazido a Alphonsine". Esta sua exclamação final diz muito do seu carácter.
Jorge
Jorge Carvalho é o marido de Luisa, a protagonista. É funcionário do Ministério das Obras Públicas como engenheiro de minas. É um burguês pacato e reservado. "Fora sempre robusto, de hábitos viris. Tinha os dentes admiráveis de seu pai, os seus ombros fortes. Da mãe herdara a placidez, o génio manso". Mesmo enquanto jovem, preferia um bom livro às boémias noturnas. Mantinha uma relação secreta com uma costureira casada, Eufrásia. Dado o seu temperamento extremamente racional e nada sentimental chamavam-lhe o proseirão burguês. Sempre impecavelmente vestido e aprumado, era um homem correto. Conheceu Luisa no Passeio Público e "apaixonara-se pelos seus cabelos louros, pela sua maneira de andar, pelos seus olhos castanhos muito grandes". O seu afastamento de Lisboa, por questões profissionais, facilita o adultério da sua esposa com o primo, Basílio. Ao regressar, Jorge, totalmente alheado da situação, não compreende as exigências de Juliana, bem como a sua morte pouco depois, e a doença de Luisa. Contudo, uma carta de Basílio que ele lê revela-lhe a traição da mulher. Ao confrontá-la com a notícia, provoca o agravamento do seu estado e a morte, à qual Luisa não resistiu vendo-se descoberta, apesar de o marido a ter perdoado.
Juliana
Juliana Couceiro Tavira, filha de uma engomadeira, nunca conhecera o pai. Criada da casa de Luisa e Jorge. Vingativa e oportunista, a sua aspiração era ter um negócio que a libertasse das tiranias do serviço doméstico que sofria à vinte anos. A doença fá-la perder as economias que juntara, aumentando-lhe a revolta e o despeito. Apanha as cartas de Luisa para Basílio, tentando, com isso, chantagear a patroa. Com o auxílio de Sebastião e de um polícia Luisa consegue recuperar as cartas e a criada morre de ataque cardíaco. Tinha quarenta anos, era magra e de feições miúdas; era um pouco amarela devido à doença do coração. Tinha os olhos grandes e encovados, "usava uma cuia de retrós, imitando tranças, que lhe fazia a cabeça enorme. Tinha um tique nas asas do nariz. Tinha um pé pequeno, bonito".
Julião
O médico Julião Zuzarte é parente afastado de Jorge. "Homem seco e nervoso com lunetas azuis, os cabelos compridos, caídos sobre a gola". Vive pobremente num 4º andar da baixa de Lisboa, à espera de uma oportunidade de realização profissional que não chega. Frequenta a casa de Luisa, é um inadaptado e isolado; um materialista revoltado contra a sociedade porque se sente desprezado por esta. É ele quem verifica a morte da criada.
Ernestinho
Ernesto Ledesma é uma figura simbólica e caricatural - o representante da escola romântica. Era primo de Jorge. O diminutivo do nome assenta-lhe muito bem, pois é pequeno em tudo. Delgado, de membros esqueléticos, cara chupada, bigode afiado nos cantos, "trazia sapatos de verniz com grandes laços de fitas, sobre o colete branco, a correia do relógio sustentava um medalhão enorme, de ouro com frutos e flores esmaltados em relevo". Vivia com uma atrizita de ginásio. Um pobre letrado, com manias de dramaturgo, que submete a sua peça à apreciação dos amigos, dando-lhe, por influência das mulheres, um cunho romântico. Na sua peça está preocupado com o destino da heroína - mulher casada que ama um conde; o marido desta descobre e, entre amigos, discute-se qual o final a dar à personagem - se o marido deverá ou não matar a esposa infiel. Jorge defende acaloradamente a morte da indigna mulher. O autor acaba por se decidir pelo perdão do marido. Esta peça pressagia o drama de Luisa.
Sebastião
O Sebastiarrão, como lhe chamavam, é um homem bondoso e tímido. Tocava piano e possuía uma fortuna considerável. Era baixo e gordo, de pele branca e barba dourada e curta. Olhos pequenos, azuis .Fica inquieto com o falatório acerca das visitas de Basílio a Luisa, e procura proteger a sua reputação. Luisa recorre a ele para reaver as cartas comprometedoras que Juliana apanhara, o que consegue com a ajuda de uma polícia amigo. É uma das personagens mais humanas da galeria queirosiana.
Leopoldina
Filha única do visconde de Quebrais fez um casamento infeliz com um empregado da alfândega - João Noronha. Tinha vinte e sete anos, não era alta, mas bem feita, Usava vestidos colados ao corpo. Tinha pele fina, olhos negros e pestanudos. Falsa e imoral, mulher fácil, é amiga e confidente de Luisa. A sua função principal na narrativa é, portanto, destruir os entraves que Luisa punha em relação à aventura com o primo - é Leopoldina que a encoraja.
Acácio
Conselheiro hipócrita e enfatuado, ridículo e convencido. É o símbolo do convencionalismo e da respeitabilidade burguesa. Representa o constitucionalismo e o formalismo oficial. Natural de Lisboa, ex-diretor geral, fora nomeado conselheiro por carta régia. Os seus gestos eram sempre medidos. Crítico severo e autor. Não tinha família e habitava o 3º andar da Rua do Ferragial. Vivia amantizado com uma criada. Ocupava-se da economia política e era cavaleiro da Ordem de Santiago. Fisicamente, era alto, magro, de rosto comprido, afilado e calvo, vestia-se habitualmente de preto, "com o pescoço entalado num colarinho direito".